terça-feira, 12 de abril de 2011

Espanto

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À memória de João Cabral,
esse espanto cerebral.


Pra poesia há, pelo menos, três fontes vistas.
(e um bilhão de outras entrevistas).

- O poeta que somos,
  Assim, inerentemente.

- Os poetas que lemos,
  Impregnados na gente.

- E o respeito à vida,
  Diamante-mente.


Se a última não fosse, talvez, a mais importante, 
não seria necessário dizer o quanto faz falta!


(João).

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domingo, 10 de abril de 2011

Profecia do Abraço.

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Mais súbita que a peste negra
E mais cigana que a gripe espanhola
Será a epidemia de saudade.
Sôdade.

(Cuidem-se todos)

Todos, de repente enlaçados,
Atracados, atados, braços-dados...
Não perto mas dentro da vida,
De seu Coração Selvagem.

Grandes líderes serão os poetas
Orientando as massas:
“- Por favor, salvem primeiro os fracos!
   nos salvem...”

(Só as crianças estarão a salvo!)

No dia seguinte
Quem evitará o embaraço?
Tantos e tantos séculos, - milênios
de sofrimentos e desgraças...

- Pra quê?

(Apesar de tudo ainda grassa, a vida-Graça...)

Pois Tarde é sempre Tempo,
Dentro do mau tempo
vive, eterna, a profecia -
do Abraço.


(João)


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